Hospice da TUCCA completa um ano de atendimento a crianças e jovens com câncer sem chances de cura
Local oferece assistência gratuita e multidisciplinar a pacientes em cuidados paliativos
O primeiro hospice pediátrico do Brasil completa um ano nesta quarta-feira, 1° de outubro. Nesse espaço os pacientes recebem os cuidados necessários no fim da vida, como conforto, atenção e assistência multidisciplinar diferenciada em companhia de seus familiares. A iniciativa implantou no país um conceito bastante difundido na Europa.
No hospice, crianças e adolescentes com câncer sem chances de cura dispõem de qualidade de vida, com o controle da dor 24 horas por dia. Para a psicanalista Claudia Epelman, coordenadora da equipe multidisciplinar do serviço de oncologia pediátrica do Hospital Santa Marcelina, cofundadora e vice-presidente da TUCCA, priorizar a qualidade de vida, o conforto e a dignidade do paciente e seus familiares são fundamentais. Os irmãos não podem ser negligenciados e devem, de acordo com o seu grau de desenvolvimento, participar direta ou indiretamente deste momento familiar.
"Um dos grandes diferenciais do hospice da TUCCA está em está em oferecer ao paciente e à família o apoio multidisciplinar da mesma equipe médica que fez o diagnóstico e todo tratamento curativo da criança", revela o Dr. Sidnei Epelman oncologista pediátrico, diretor do serviço de oncologia pediátrica do Hospital Santa Marcelina e presidente da TUCCA. Localizada em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, a ONG, em parceria com o Hospital Santa Marcelina, já assistiu mais de duas mil crianças e adolescentes com câncer.
Todo o atendimento prestado no hospice é gratuito e não há limite de tempo de hospedagem. Além do auxílio às crianças e aos adolescentes, os familiares ainda contam com suporte para lidar com o luto após a morte do paciente. "Nosso objetivo com essa medida é preservar o vínculo de confiança estabelecido entre a equipe de oncologia pediátrica, o paciente e a família, oferecendo todo o suporte necessário, tanto médico quanto social", explica o Dr. Sidnei Epelman.
Infraestrutura
A casa tem três suítes capazes de hospedar os pacientes e seus pacientes. O número de quartos é suficiente para atender à demanda da oncologia pediátrica do Hospital Santa Marcelina, já que cerca de 80% dos pacientes respondem de maneira positiva ao tratamento do câncer. Além das suítes, o hospice também conta com área de lazer, refeitório e posto de enfermagem.
O hospice
Em 1840, na França, os hospices eram abrigos para peregrinos que realizavam percursos religiosos. O conceito chegou em Londres no século XX, mas foi em 1967, com a inauguração do ST Cristopher's Hospice, que a ideia do espaço aproximou-se de como a conhecemos hoje em dia.
Foi com os hospices que o conceito de cuidar, e não apenas curar, foi introduzido. O local é o ambiente ideal para cuidados paliativos.
Sobre a TUCCA
A TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que oferece tratamento multidisciplinar de excelência a crianças e adolescentes carentes com câncer, sem custos ao paciente ou à família.
Em 16 anos de atividade, já assistiu mais de 2.300 pacientes, atingindo taxas de cura próximas a 80%, índice 60% acima da média brasileira, igualado somente aos da Europa e dos Estados Unidos. Para otimizar recursos, a TUCCA mantém parceria com o Hospital Santa Marcelina e aplica os valores arrecadados direta e exclusivamente no tratamento, pesquisa, diagnóstico precoce e capacitação de profissionais. Também conta com uma equipe multidisciplinar que assiste o paciente e sua família até que fiquem completamente bem.
