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Hidrogel utilizado por Andressa Urach está ultrapassado na medicina

Seu uso vem diminuindo devido ao surgimento de substâncias mais seguras, que são degradadas de forma rápida pelo organismo

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A modelo e apresentadora Andressa Urach foi internada no último fim de semana em decorrência de complicações de uma aplicação de hidrogel na perna há cinco anos. Feito de uma substância chamada poliacrilamida, um tipo de polímero, e água, o hidrogel pode ser aplicado para aumentar partes do corpo, como pernas e glúteos, e preencher linhas faciais, mas seu uso vem diminuindo, explicam especialistas ouvidos pelo site de VEJA.

“O hidrogel está fadado ao desuso. Hoje nós já temos opões mais seguras e recomendadas pelos médicos”, afirma Daniel da Costa, dermatologista do Hospital Adventista Silvestre, no Rio e Janeiro.

Denise Steiner, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que as substâncias preenchedoras podem causar complicações de dois tipos principais, alérgica ou infecciosa. A primeira acontece quando o organismo identifica a substância como um corpo estranho e tenta eliminá-la. Para isso, inicia um processo inflamatório, uma espécie de alergia tardia, mais comum depois de um ano da aplicação e com mais probabilidade de acontecer quanto mais tempo o material dura no corpo.

O hidrogel é considerado semipermanente, ou seja, é degradado pelo organismo lentamente, e seus resquícios são de difícil remoção. Quanto mais tempo ele permanece no organismo, maior o risco de ele causar o segundo tipo de complicação: a infecção.

Quando o hidrogel é inserido no organismo, algumas bactérias podem entrar junto com ele, formando uma camada chamada biofilme. Na maior parte dos casos, os micro-organismos não causam prejuízo, mas alterações no sistema imunológico, por exemplo, podem fazer com que as bactérias comecem a se proliferar, causando uma infecção generalizada.

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Orientação profissional — O risco existe também no momento da aplicação. “Erros técnicos durante o procedimento podem causar nodulações, dor e embolia de vasos sanguíneos”, explica Costa. Por essa razão, o produto deve ser recomendado e manuseado por dermatologistas ou cirurgiões plásticos com formação adequada.

“Trata-se de uma substância permitida, mas não muito utilizada hoje por não ser mais o que chamamos de ‘padrão ouro’. Existem opções melhores”, afirma Denise. O ácido hialurônico é considerado pelos especialistas o melhor material nesses casos. A disponibilidade de estudos científicos sobre ele é muito maior, e a substância desaparece completamente do organismo em 12 a 18 meses. Se por um lado o paciente precisa repetir o procedimento com ácido hialurônico várias vezes para manter o efeito desejado, por outro a curta durabilidade da substância a torna mais segura.

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