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Como o Câncer aparece no corpo

Matéria da Revista Viva Saúde

O desenvolvimento de várias formas de câncer é resultado da interação entre fatores internos e ambientais, sendo um dos mais notáveis a dieta desequilibrada.

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O corpo humano é formado por bilhões de células e cada uma delas tem um período de vida útil. Elas se renovam o tempo todo, de forma que as velhas são destruídas, dando espaço para as novas atuarem em nosso organismo. O câncer surge justamente quando uma ou mais células, nesse processo de renovação, sofrem alterações em seu DNA e, além de crescer desordenadamente, atuam de maneira errada, fazendo com que os tecidos ou órgãos invadidos não funcionem como deveriam.

De acordo com o oncologista Robson Freitas de Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) e chefe do departamento de cirurgia do Hospital Aristides Maltez, de Salvador (BA), o câncer pode acometer qualquer órgão do corpo humano. “Como não existem mecanismos para bloquear o crescimento das células cancerígenas, elas aumentam desordenadamente”, afirma.

O especialista explica que existem os tumores sólidos, que são todos aqueles que nascem em algum órgão formado por tecidos, como o de mama, de próstata, de pulmão e estômago, entre outros, e também os tumores não sólidos, que são aqueles que vêm do sangue, como os linfomas, que vêm das células da série branca, e as leucemias, da série vermelha. “Os tumores sólidos são os mais comuns. Chegam a representar cerca de 90% dos casos”, diz.

Diferenças entre gêneros

De fato, existem mais de 200 tipos de câncer. O mais comum é o que atinge o maior órgão do corpo, que é a pele. Segundo o INCA, os casos de câncer de pele do tipo não melanoma são os que mais atingem homens e mulheres no Brasil.

Para 2014 são estimados 182 mil novos casos. Mais curável, ele costuma representar 95% do total de casos de câncer de pele. Seus dois subtipos mais comuns são o basocelular (carcinoma de células basais) e o espinocelular (carcinoma de células escamosas).

Mas o que pode explicar a alta incidência do câncer não melanoma? Segundo o dermatologista Marcus Maia, coordenador do Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esse fenômeno é mundial e tem a longevidade como a principal explicação. “A média de idade em que a doença aparece é de 69,8 anos. São pessoas que tomaram sol desde a infância sem proteção e vivem mais em relação aos idosos de décadas atrás”, afirma.

Mas o especialista prevê mudanças futuras neste cenário. “As novas gerações se protegem com protetor solar, chapéu ou boné e também com roupas com filtro solar. A cultura preventiva é outra”, afirma Maia. “Por isso, em 20 ou 30 anos é possível que o câncer não melanoma não exista mais”, defende o dermatologista. Excluindo este tipo da doença, no sexo feminino, os tumores de mama, colorretal e de útero, devem ser os mais comuns, de acordo com o INCA. Já no sexo masculino, são os tumores de próstata, no sistema respiratório e colorretal que devem liderar os diagnósticos futuros.

Adultos e crianças

Saber que uma pessoa próxima e querida está com câncer costuma doer. Mas quando esta pessoa é uma criança ou um adolescente, a dor é maior ainda. Diante de um diagnóstico de câncer infantil, muitos se perguntam por que esse mal foi atingir um ser que há tão pouco tempo está habitando no mundo.

Como explica Sidnei Epelman, coordenador do Departamento de Oncologia Pediátrica do Hospital Santa Marcelina (SP), e presidente da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (TUCCA), embora tenha o mesmo nome “câncer”, a doença quando atingecrianças e adolescentes tem características diferentes e, por isso, também implica em diferenciados diagnósticos e tratamentos. “Vale ressaltar que o câncer infantil é raro, bem menos frequente do que no adulto e também mais curável”, diz. Segundo o oncologista, são entre 10 e 12 mil casos novos por ano no Brasil.

No câncer infantil, as células cancerosas são originadas das células embrionárias, que crescem em ritmo mais acelerado. “No adulto a doença tem a evolução mais lenta. Já na criança, como a patogênese é diferente, pode aumentar em duas semanas”, afirma a oncologista Silvia Brandalise, diretora do Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), e representante da Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica (SIOP) para o Continente Latino-americano.

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