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Bebês com material genético de três pessoas é aprovado no Reino Unido

A técnica busca impedir que doenças genéticas graves sejam passadas de mães para filho

A Câmara dos Lordes do Parlamento britânico aprovou nesta terça-feira, 24, a concepção de bebês com o DNA de duas mulheres e um homem. A técnica visa impedir que doenças genéticas sejam transmitidas de mãe para filho. Com a aprovação, o Reino Unido torna-se o primeiro país do mundo a promover leis que permitam que bebês tenham o material genético de três pessoas.

A decisão do parlamento britânico divide opiniões: defensores argumentam que a medida beneficia pais com problemas genéticos graves. Já os críticos alegam que a técnica levanta preocupações éticas e de segurança médica. O ginecologista, obstetra e diretor clínico da Clínica Mãe, Dr. Alfonso Massaguer, explica em quais casos a técnica pode ser benéfica. “O assunto foi muito comentado durante casos de falência ovariana, onde precisaríamos de óvulos doados. Em situações de envelhecimento dos ovários e má qualidade dos óvulos, se tentaria 'turbiná-los' com o citoplasma de uma doadora mais jovem. Mas a técnica não teve sua eficácia comprovada”, afirma.

A concepção de bebês com o DNA de três pessoas consiste na substituição da mitocôndria (pequenos compartimentos abrigados dentro de quase todas as células do corpo, que convertem comida em energia) do futuro bebê. Apesar de ter DNA próprio, elas não afetam a característica da pessoa. Falhas na mitocôndria, que são passadas para o bebê apenas pela mãe, podem levar a problemas cerebrais, musculares, cardíacos e oculares. A técnica aprovada pelo parlamento britânico usa uma versão modificada da fertilização “in vitro” para combinar o DNA dos dois pais à mitocôndria saudável de uma mulher doadora.

“A técnica é restrita para casos de doenças mitocondriais. E ainda não tem eficácia comprovada. A polêmica em torno do caso é que nas mitocôndrias também há material genético, o que causaria uma certa ‘mistura’ de DNAs”, explica o médico que é especialista em reprodução humana.

Com a decisão os bebês terão 0,1% de seu DNA vindo de uma segunda mulher e a previsão é de que o primeiro nascimento com "três pais" ocorra já em 2016.

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